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O ouro dourado do sertão: Piauí, potência do mel no Brasil

Piauí se consolida como o maior produtor de mel do Nordeste e o segundo maior do país
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O Piauí tem um segredo que escorre lento, âmbar e doce. Não vem da cana, não vem da uva. Vem da flor, do voo incansável das abelhas e do trabalho anônimo de milhares de pequenos produtores espalhados pelo sertão. Esse segredo já não é segredo há alguns anos: o mel do Piauí é ouro dourado, riqueza que coloca o estado no mapa do Brasil e do mundo.

Foto: ReproduçãoO ouro dourado do sertão: Piauí, potência do mel no Brasil
O ouro dourado do sertão: Piauí, potência do mel no Brasil

Ano após ano, o Piauí se consolida como o maior produtor de mel do Nordeste e o segundo maior do país. Em 2024, mesmo com uma pequena queda de 2,4% em relação a 2023, foram 8.614 toneladas — quase 13% de todo o mel brasileiro. É muita doçura, mas também é muito trabalho.

No ranking nacional, o Paraná assumiu a liderança, com 9.823 toneladas, deixando o Piauí em segundo lugar e o Rio Grande do Sul em terceiro. No entanto, o feito piauiense impressiona: em pleno semiárido, em terras onde o sol castiga e a chuva se esconde, brota um produto que movimenta a economia e dá esperança a milhares de famílias.

O valor dessa produção também não é pequeno: R$ 101 milhões em 2024. Menos do que o Rio Grande do Sul, que recebeu um preço mais alto por quilo, mas suficiente para mostrar a força e a resiliência da apicultura piauiense.

Foto: ReproduçãoO ouro dourado do sertão: Piauí, potência do mel no Brasil
O ouro dourado do sertão: Piauí, potência do mel no Brasil

E o protagonismo não para nos números do estado. Entre os 50 municípios com maior produção de mel no Brasil, 10 são piauienses. O destaque é São Raimundo Nonato, que em dez anos multiplicou sua produção quase por cinco, chegando a 922 toneladas em 2024 — o quarto maior produtor municipal do país. Outros nomes brilham nesse mapa dourado: Picos, Anísio de Abreu, Conceição do Canindé, Itainópolis, Simões, Jacobina, Várzea Branca, Bonfim do Piauí e Dom Inocêncio. Todos juntos formam um cinturão de produção que prova que o sertão também é doce.

Os dados são da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) do IBGE, referentes a 2024 — ou seja, ainda sem os impactos do tarifário imposto pelo governo Trump, que promete mexer com o comércio internacional e, possivelmente, com os destinos da exportação brasileira.

No entanto, por enquanto, a narrativa é de crescimento. O Brasil como um todo bateu recorde, com 67,3 mil toneladas de mel em 2024, um aumento de quase 5% em relação ao ano anterior. As exportações também ficaram entre as maiores já registradas, impulsionadas pela procura mundial por alimentos mais saudáveis e naturais.

O mel do Piauí, portanto, não é só mel. É símbolo. É resistência. É uma economia que floresce onde menos se espera. É o doce do sertão transformado em riqueza, tradição e futuro.

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