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Teresina 173 anos: relembre evolução histórica da capital

Confira relatos sobre a fundação planejada e os desafios contemporâneos da cidade

Ao completar 173 anos, Teresina se permite uma pausa para olhar para trás. Não por nostalgia, mas pela necessidade de entender os caminhos que a trouxeram de um audacioso projeto nascido entre rios a uma metrópole que hoje pulsa com mais de 870 mil vidas. O que essa jornada revela sobre a identidade teresinense? As respostas se encontram na confluência da história, da memória e dos desafios diários.

A fundação da cidade, em 16 de agosto de 1852, foi um ato de pura estratégia. "Teresina foi uma decisão política e econômica para integrar o Piauí", explica o historiador Fonseca Neto. A transferência da capital da isolada Oeiras para a recém-batizada Vila Nova do Poti foi uma aposta na logística fluvial dos rios Parnaíba e Poti. "Era um projeto de futuro, de conectar a província ao mar e ao resto do Brasil", complementa.

Foto: Arquivo PúblicoTeresina 173 anos: relembre evolução histórica da capital
Teresina 173 anos: relembre evolução histórica da capital

Essa cidade planejada, com suas ruas traçadas em um tabuleiro de xadrez, cresceu e ganhou alma com as histórias de seu povo. O ex-vereador Antônio José relembra com afeto de uma Teresina com outro ritmo. "A vida social girava em torno do centro, dos cinemas de rua como o Cine Royal, dos encontros no Bar Ulisses. Era uma cidade onde todos se conheciam", conta, evocando um tempo registrado nas fotos em preto e branco que hoje são tesouros da memória local.

Hoje, o ritmo é outro. As avenidas largas, como a Frei Serafim, são corredores de um fluxo intenso de pessoas e veículos, incluindo os característicos ônibus verdes que conectam os bairros.

O crescimento é visível do alto, nos prédios que redesenham o horizonte, mas a essência da cultura popular permanece viva nos mercados, como o da Piçarra, onde os cheiros e as cores se misturam nas bancas de frutas e no brilho dos utensílios de alumínio. É a mesma Teresina que se orgulha de sua Orquestra Sinfônica e que celebra seus sabores únicos, como a cajuína, transformada em patrimônio cultural.

O contraste entre a Teresina moderna e as áreas com moradias precárias e falta de infraestrutura é um lembrete constante dos desafios que o tempo ainda não resolveu. A expansão urbana, se não for acompanhada de políticas públicas eficazes, aprofunda desigualdades históricas.

Dessa forma, Teresina chega ao seu aniversário como uma cidade de muitos tempos: o do passado, que lhe deu uma origem nobre e planejada; o do presente, vibrante e complexo; e o do futuro, que a desafia a ser mais justa e inclusiva.

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