Governo do Piauí enaltece o orgulho de ser piauiense em campanha viral

Inspirada no clássico 'Ai Que Vida', iniciativa busca elevar autoestima do povo através de histórias
Redação

Uma campanha do Governo do Piauí tem provocado algo raro no cenário político brasileiro: lágrimas de emoção e gritos de orgulho. "Piauí com Ai Que Vida" resgatou a memória afetiva dos piauienses através do clássico filme que marcou gerações, transformando-o em ferramenta de reconexão do povo com sua própria identidade.

Foto: Reprodução
Secretário Marcelo Nolleto com o elenco da campanha

A estratégia, coordenada pelo secretário Marcelo Nolleto, parte de uma premissa simples mas poderosa: um governo pode ser tecnológico e moderno, mas precisa falar a língua do povo para transformar vidas de verdade.

O projeto buscou Cícero Filho, diretor original do "Ai Que Vida", para criar sete filmes de um minuto que mostram como as ações governamentais impactam o dia a dia dos piauienses. A escolha não foi casual: o filme original viralizou décadas antes das redes sociais se popularizarem, justamente pela identificação profunda com as realidades do nosso povo.

Piauienseidade como movimento
Mais que uma campanha publicitária, a iniciativa se apresenta como um movimento de "Piauienseidade" - conceito que busca ressignificar o que é ser piauiense. O slogan "Piauí, nosso sonho, nosso amor", retirado do próprio hino estadual, materializa essa proposta de celebração da identidade local.

"O objetivo principal é elevar o orgulho do piauiense pelo seu Estado", revela Nolleto. "Queremos que as pessoas sintam na pele e se identifiquem ao ver as ações sendo mostradas, que consigam enxergar que aquelas transformações estão mudando a vida das pessoas."

A bandeira do Piauí tornou-se o ícone central da campanha, resgatando símbolos que transcendem governos e partidos para tocar no que há de mais profundo na identidade estadual. Trata-se de uma estratégia que vai além da prestação de contas tradicional para alcançar o território emocional.

Sucesso inesperado
A primeira exibição, durante o Parada Day antes do show de Marina Sena, provocou reação surpreendente. O público gritou, se emocionou e transformou a apresentação em momento de catarse coletiva. Simultaneamente transmitido no Fantástico, o vídeo gerou avalanche de comentários positivos nas redes sociais.

"A recepção foi incrível. As pessoas gritavam na plateia, o público tem comentado massivamente", conta o secretário, admitindo que a repercussão superou todas as expectativas. "Era esperado uma boa aceitação, mas está sendo bem maior do que pensávamos."

O processo de criação foi cuidadoso. "Foram tantas idas e voltas entre nossa equipe de marketing, o Cícero... O trabalho ficou maduro. Não foi feito a toque de caixa", explica. Esse cuidado se refletiu na consistência do produto final.

Além da capital
A campanha se estrutura como projeto de mais de um ano, com ações previstas para todo o interior do estado. Não se limita a Teresina, mas busca alcançar cada município piauiense, reconhecendo que o orgulho estadual precisa nascer de baixo para cima.

Dos sete filmes planejados, apenas dois foram lançados - o clipe principal e o episódio sobre estradas. Os próximos cinco abordarão diferentes iniciativas governamentais, sempre através de histórias que espelhem o cotidiano das pessoas comuns.

O valor da identidade
A estratégia revela compreensão sofisticada sobre desenvolvimento regional. Lugares que cresceram no mundo partiram, invariavelmente, do orgulho de sua identidade. Quando pessoas se envergonham de onde vêm, dificilmente investem energia em melhorar seu lugar.

O Piauí tem motivos objetivos para orgulho: crescimento econômico acima da média nacional, avanços em educação e saúde, atração de investimentos. Mas dados frios não mobilizam emoções. A campanha funciona como ponte entre realizações concretas e identificação popular.

"Queremos fazer o piauiense se sentir mais especial do que já é, fazer ele olhar para si, ter orgulho profundo e nunca mais baixar a cabeça", resume Marcelo Nolleto. "Nosso objetivo é que seja uma campanha de ‘foba’: 'Eu sou do Piauí, meu estado é o melhor!'"

Comunicação que transforma
A iniciativa representa mudança na comunicação governamental brasileira. Em vez de relatórios técnicos ou autopromoção política, utiliza linguagem afetiva para conectar população e gestão pública. Os conceitos centrais - popularização, linguagem simples e conexão - apontam para democracia mais próxima do cidadão.

O resgate do "Ai Que Vida" funciona como arqueologia emocional, recuperando o momento em que os piauienses se viram representados positivamente na cultura nacional. A nostalgia vira combustível para construção de futuro mais próspero.

"Muito além de prestação de contas, queremos levar autoestima ao piauiense", conclui Nolleto. "Que ele se veja e diga: 'Caramba, eu faço parte disso. Esse momento também é meu.'"

Em tempos de polarização e negatividade, a campanha escolheu apostar no que há de melhor no povo piauiense. O resultado tem sido não apenas sucesso de comunicação, mas fenômeno de mobilização emocional que pode, de fato, transformar a relação de um povo com seu território.

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