Governo do Piauí inicia ações emergenciais contra estiagem em 19 municípios
Medidas incluem abastecimento de água potável, apoio do Exército e suporte aos pequenos produtoresO presidente da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi), deputado Severo Eulálio, convocou nesta segunda-feira (22) mais uma reunião da Comissão de Meio Ambiente e Acompanhamento dos Fenômenos da Natureza. O encontro discutiu estratégias para enfrentar a estiagem que atinge diversas regiões do estado e já provoca impactos no abastecimento e na produção agropecuária.
Segundo o secretário de Planejamento, Washington Bonfim, as primeiras medidas serão direcionadas a 19 municípios em situação mais crítica. "A partir de agora, por determinação do governador, nós vamos iniciar 19 municípios, que são da área mais crítica, e vamos deixar aberto, através da microregião de água e esgoto, a possibilidade dos municípios solicitarem para a zona rural o atendimento à Águas do Piauí. E temos mantido, mantivemos na semana passada conversas com o Exército, o Exército estava atuando em 20 municípios, passou a atuar em 31 municípios, então nós estamos ampliando a nossa capacidade de atendimento, especialmente da zona rural, que é o que nos preocupa mais agora em face desse período de estiagem maior do ano", afirma.
Bonfim acrescentou que será disponibilizado um formulário para que os prefeitos solicitem o abastecimento. "Na realidade, o prefeito vai acionar a Microrregião de Águas e Esgoto. É um formulário que a gente vai apresentar as bases aqui e é um atendimento muito semelhante ao do Exército. O que muda é que a própria Águas do Piauí tem seus caminhões-pipas, então ela vai efetivamente oferecer a água potável. Ela está instalando etas móveis em algumas regiões para poder abastecer os carros e levar a água potável para a zona rural dos municípios", explica.
Paulistana é um dos municípios mais afetados pela estiagem. O prefeito Osvaldo da Abelha Branca participou da reunião e relatou os prejuízos na apicultura local. "O impacto é gigantesco, por conta que não tivemos um período de floração normal, no período da chuva, onde as abelhas captam o mel, mas também o pólen, que é a alimentação que elas sustentam. Então, com esse longo período, sem floração, sem a polinização, muitos, cerca de 70, e isso vai chegar a 80% dos enxames, eles vão ser dizimados por conta da falta de floração, de sustentação, do que alimentar, para que elas possam continuar produzindo seus enxames e estar preparados para a produção de mel assim que começar a chuva na florada", relata.
O deputado Fábio Abreu também destacou os impactos da estiagem sobre os pequenos produtores, principalmente na pecuária. "A questão da alimentação aos animais, desses pequenos produtores, e a questão da água também para os animais, tanto que a SADA está com duas frentes no sentido de criar figura em termos administrativos, de fornecer água através de carro-pipa para animais, ou seja, uma água não potável, então não existe, por exemplo, a Defesa Civil e nenhum Ministério essa questão de termos essa autorização. Então a SADA está iniciando um processo para a aquisição de contratação de carro-pipas para, especificamente, os animais. A outra frente é a questão da alimentação para esses animais, pelo menos o básico para não termos aquela realidade triste de animais morrerem de fome. Estamos trabalhando na possibilidade de redução do preço do milho, principalmente junto à própria Conab, e também do farelo de soja, que fazem um composto e podem ficar muito mais acessíveis para os pequenos produtores", explica.
As medidas emergenciais devem começar a ser implementadas ainda nesta semana, com prioridade para as cidades que apresentam maiores dificuldades de abastecimento.