O que diz a lei sobre ‘adultização de crianças’, alerta feito pelo youtuber Felca
Felca chama atenção para o número de pedófilos que estão em busca de vídeos com crianças
O termo adultização de crianças nunca foi tão mencionado no Brasil como nos últimos dias, após uma denúncia feita pelo youtuber e humorista Felca, que fez um vídeo na última quarta-feira (6), denunciando a exploração de menores na produção de conteúdo digital. O vídeo do youtuber que aborda o tema de "adultização" já conta com mais de 15 milhões de visualizações e mais de 100 mil comentários
Entre as acusações, uma delas é direcionada ao influenciador Hytalo Santos, cuja conta no Instagram foi desativada na sexta-feira (8), após novas polêmicas envolvendo seu nome. Mas a questão vai muito além disso em suas redes sociais o youtuber chama a atenção principalmente para a falta de fiscalização das redes sociais quando o assunto é herotização de crianças.
O influenciador digital Hytalo Santos está sendo investigado pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) por suspeita de "adultização" e exploração de menores em seus conteúdos publicados na internet. A investigação, iniciada em 2024 após denúncias recebidas pelo Disque 100, apura se os vídeos violam o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) ao expor jovens a situações com possível conotação sexual.
Em sua defesa, Hytalo Santos nega as acusações e afirma que sempre colabora com o Ministério Público. Ele declara que as mães das adolescentes acompanham as gravações e consentem com a participação das jovens.
Alerta feito por Felca ganha repercussão
Em um de seus vídeos no youtube, Felca chama atenção para o número de pedófilos que estão em busca de vídeos com crianças para partilhar links que levam a outras plataformas, com telegram, onde são criados grupos para partilhar vídeos de teor sexual com crianças. Uma palavra citada pelo youtuber, é trade, uma espécie de troca desses tipos de conteúdos em um grupo específico e fechado.
Enquanto pais tentam monetizar com vídeos, mesmo de forma “inocente”, pessoas más intencionadas transformam essas contas em ponto de encontro para um caminho sombrio e perigoso. O vídeo tem engajamento, os pais moneteizam, mas a maioria dos comentários e compartilhamentos são de pessoas suspeitas de pedofilia.
Outro ponto que o influencer chama atenção é falta de regularização de conteúdos postados. Vídeos que expõem crianças sem qualquer moderação. E os algoritmos dos aplicativos facilitam esse processo de buscas.
O que diz a lei sobre a adultização
Embora a "adultização" não seja tipificada como crime na legislação brasileira, a prática é combatida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que assegura a proteção integral de crianças e adolescentes. A lei reconhece sua "condição peculiar de pessoa em desenvolvimento" e proíbe expressamente qualquer forma de negligência, exploração, violência ou exposição a situações constrangedoras.
O Ministério Público é o órgão responsável por zelar por esses direitos, podendo promover ações para proteger os interesses de crianças e adolescentes.
As investigações apuram se a imagem de adolescentes, como a jovem Kamylla Santos, de 17 anos, é explorada de forma sensual. O promotor João Arlindo Corrêa Neto afirmou que o processo inclui a escuta dos adolescentes e de seus responsáveis para avaliar o caso, que tramita em sigilo.